https://galeriadezoito.com/notsamo25/
“NOT SAMO é uma exposição experimental realizada anualmente pela Galeria 18 desde 2023. Seu título nasce da abreviação na tag (uma espécie de assinatura-manifesto na arte urbana) utilizada por Jean-Michel Basquiat e alguns de seus amigos que por extenso seria “Same old shit” (em livre tradução seria algo como “[esta] é a mesma baboseira de sempre”). O título da exposição projeto, e a referência de onde ele nasce, de pronto anunciam a que se presta a mostra: tratar do presente e de nossas questões atuais desprendidos dos legados e repetições que chegam e formam o presente.
Não se trata de negar a historicidade do agora. NOT SAMO na coletividade dos artistas selecionados (nove mulheres e nove homens) quer trazer novas vozes a um panorama por vezes repetitivo, excessivamente branco e elitista. A ousadia proposta se revela nas portas abertas de um espaço comercial que aposta no novo e na pluralidade para apresentar discursos visuais que ainda não ganharam os holofotes e reconhecimento amplo junto ao público.
Com estes novos nomes da arte contemporânea brasileira, a galeria aposta no preenchimento de intenções múltiplas, por vezes em conflito, sem preocupar-se em apaziguá-las. Das QUASE noventa obras expostas na edição 2025 emana o caos e a denúncia de que se há ordem no mundo ela não é uma, nem tampouco una.
Nossa exposição é a enunciação de que o mundo, em 2025, é o caos e ordens impostas à natureza e à(s) gente(s). Mais do que isso, esta exposição é a somatória de imagens (literalmente o significado de imaginário) trazido à luz, apontando uma solução para os impasses que nos quais nos encontramos atualmente [o impasse climático, ético, político e humanitário]. Quase que dizendo aos olhos de quem vê: é apenas pela imaginação que vamos escapar do controle dos corpos e mentes que nos é imposto. Para imaginando criarmos, juntos, um futuro livre da repetição que esvazia discursos e sujeitos: a velha merda de sempre (na forma mais literal da tag de Jean-Michel Basquiat).
Por fim, resta apenas agradecer aos artistas [pela ousadia de imaginar e ensinar-nos a imaginar] e ao público [por aceitar a hercúlea tarefa] por pensarem por si, sem esquivarem-se dos paradoxos do tempo presente [e, com sorte, solucionarem os problemas de hoje].”